“Não considere nenhuma prática como imutável. Mude e esteja pronto a mudar novamente. Não aceite verdade eterna. Experimente.” Skinner, B.F - 1948
Simone Martin Oliani é graduada em Educação Física na Universidade Estadual de Londrina, em 1982, e em Psicologia no CESULON/UNIFIL, em 1995. Ela nasceu em Ribeirão do Pinhal/PR, casada com Irineu. "Feliz com a história que construímos juntos nestes 30 anos. Temos 2 filhos: Irineu Neto (29 anos) e Mariana (27 anos)." Ela veio para Londrina em 1978/79 para fazer cursinho e com a pretensão de fazer um curso superior. Mas ressalta que Londrina a adotou e foi onde fincou raízes. Simone atua como psicóloga clínica há 25 anos, trabalha no CINP - Centro Integrado de Neuropsiquiatria e Psicologia Comportamental.
"Optei pela psicologia para poder ajudar as pessoas a encontrar respostas para sua dor e sofrimento. E descobri que posso ser feliz e realizada favorecendo a felicidade das pessoas. A família não me influenciou diretamente, porém, observar o comportamento das pessoas mais próximas e tentar compreendê-las foi um norte na escolha da profissão. Eu queria encontrar respostas e foi desafiador responder "o porquê das pessoas que se comportarem como se comportam?" O que mais me fascina é observar o ser humano num processo constante de aprendizagem e aprimoramento para viver cada dia melhor, em conexão com seus valores, em uma vida plena, lidando momento a momento com as adversidades", revela.
A psicóloga conta que ao longo da sua trajetória foram muitas emoções! "Acredito que o maior desafio é me conectar de forma intensa e genuína, com compaixão e empatia, através da relação terapêutica, com cada pessoa que passa por mim. E em algum nível, poder impactá-la para que possa olhar os desafios da vida com acolhimento, respeito e amor. O sentimento mais presente no meu trabalho é a gratidão! Por cada etapa do trabalho, sinto-me privilegiada por tantos aprendizados e desafios vivenciados."
Em relação aos projetos futuros conta que está terminando de organizar um livro sobre Análise do Comportamento e Dependência de Substâncias. Também está fazendo cursos de formação de instrutora de Mindfulness Funcional. Ela tem especialização em psicoterapia na Análise do Comportamento, além de Mestrado na mesma área. Em todos os anos que exerce sua carreira, mantém-se estudando e fazendo cursos de formação e atualização.
Questionada sobre alguma homenagem no texto do livro, ela enfatiza: " eu seria injusta se citar alguém que foi mais importante que outra. Considero que sou o que sou com a somatória dos aprendizados de todas as pessoas que passaram pela minha vida e de alguma forma me impactaram, seja de forma positiva ou negativa. Aprendi com muitos mestres, seja com o Sr. Gino, que vendia salgado na porta da escola e que era doutor na vida, ou com os autores e pesquisadores que tive a oportunidade de ler ou conhecer, além de amigos, clientes e alunos. Preciso reconhecer que tive muitos mestres."
Seu maior objetivo era trabalhar com dependência de substâncias, tanto com os dependentes, quanto com seus familiares. "Infelizmente há muito sofrimento envolvido, além de desconhecimento e desinformação sobre o tema. Continuo querendo ajudar as pessoas a ter uma vida plena sem uso de substâncias e colocar a psicologia baseada em evidências científicas a serviço das pessoas”, completa.
Como lazer gosta de reunir a família e cozinhar. "Parece que o amor flui através do processo de preparar a refeição e servir. Adoro viajar, fotografar e mergulhar. E quando não estou fazendo isso, meu maior hobby é conhecer pessoas e me conectar com elas. Sou casada com um homem incrível, que sempre me ajudou e apoiou. Nossa parceria inclui dividir as diversas tarefas e desempenho de papéis com muito respeito e amor", revela.
Sempre que possível está em eventos: "participo de três grandes entidades de pesquisadores e estar presente nos encontros, congressos e simpósios é indispensável: ABPMC - Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental; ACBS - Brasil - Associação Brasileira para a Ciência Comportamental Contextual e ABEAD - Associação Brasileira de Estudos de Álcool e outras Drogas. Para o futuro da profissão, sua maior expectativa é que a psicologia possa ser acessível ao maior número de pessoas de forma inclusiva e que as intervenções possam ser baseadas em evidências científicas, com efeitos na melhora da qualidade de vida e bem estar."
E conclui contando um pouco das suas experiências no trabalho. "Na minha história profissional vivi muitos fatos marcantes. Há dois episódios que guardam similaridades, um de um cliente e outro de uma aluna. As duas pessoas em um determinado momento fizeram referência de que se sentiam cuidados e orientados por mim. E pediram para falar do que “eu” representava para eles naquele momento. Disseram que eu era uma “mãe profissional”. Outro fato foi uma homenagem que recebi de meus alunos após uma recém demissão, que de forma muito carinhosa e calorosa, cada um deles foi postando nas minhas redes sociais e em mensagem privadas a frase: "O Captain! My Captain!". Eles faziam referência ao poema de Walt Whitman que era citado no filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, conclui Simone.