“Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar.” (Friedrich Nietzsche)
Renata Amano é pós-graduada em Direito Civil e Tributário, tem especialização lato sensu em Direito Empresarial, mestrado em Direito Comercial pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), concluído em 2002, e MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV, concluído em 2016. Nasceu na Capital do estado de São Paulo, onde viveu até 2014, mudando-se para Londrina (PR). É casada desde 2002 com o engenheiro formado pela University of Hartford em Connecticut (EUA) Ricardo Koesling Affonso, com quem teve 3 filhos: Manuela Amano Koesling, Rafaela Amano Koesling e Miguel Amano Koesling. Ela relata a sua trajetória: “A indústria da seda é única, o valor do produto se destaca pelo envolvimento íntimo de pessoas em todas as etapas do processo produtivo. Administrar agroindústria permite aprender coisas novas diariamente e encontrar novos negócios a cada experiência. Um olhar feminino percebe que a responsabilidade social e a sustentabilidade econômica e social são inerentes à atividade da seda. Um olhar empresarial estratégico identifica o potencial para ofertar oportunidades a empreendedores nas áreas rurais e urbanas, como agente de real transformação econômico-social e de atendimento a praticamente todos os objetivos de desenvolvimento sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas, como o fortalecimento da dignidade e da prosperidade na Agenda da ONU revitalizada para 2030”.
Ela sempre atuou na área empresarial com planejamento societário e tributário, e negociações em fusões e aquisições de grupos econômicos. Trabalhou como diretora executiva em empresas multinacionais de tecnologia da informação, negociando contratos globais de full outsourcing, e assim viajou o mundo. Há cinco anos, ingressou no conselho de administração da Fiação de Seda Bratac S.A., uma empresa nacional líder no segmento e benchmark no mercado mundial da seda desde 1940. Por exercer a carreira internacional, seu maior desafio sempre foi conviver com diferentes culturas e legislações, incentivada a participar de transformações em empresas multinacionais que buscavam implementar políticas uniformes de governança corporativa e processos e controles estruturados de forma homogênea em diferentes países. “O agronegócio não é diferente, garantidas as devidas proporções. A cadeia produtiva da seda trabalha tanto com a parceria do pequeno produtor rural familiar brasileiro quanto com as atividades artesanais das fiandeiras dentro das plantas industriais, e tudo isso para atender demanda das grandes grifes internacionais de moda na Europa e a exigente e tradicional preferência do mercado no Japão. O maior desafio, sem dúvida, é conseguir conciliar tudo isso de forma harmônica e lucrativa, que seja o melhor para todos e para cada um dos envolvidos”, revela a empresária, que, a cada trabalho finalizado, tem o sentimento de gratidão. “Por trocar conhecimento e experiência com equipes multidisciplinares, vivencio o desenvolvimento de novos projetos e acompanho o crescimento e o amadurecimento de jovens profissionais.”
O futuro da empresa ninguém melhor que a própria empresária para expor: “Em 2017, participei da constituição da Abraseda – Associação Brasileira da Seda. Trata-se de um projeto inovador no Brasil, que visa agregar toda a cadeia produtiva da seda em âmbito nacional com o objetivo precípuo de fomentar, de forma integral e sustentável, todas as etapas, desde a produção de ovos do bicho da seda, criação de larvas de sirgo, produção de casulos, indústria de fiação, até a indústria de tecelagem e confecção, comercialização e moda, incluindo projetos de pesquisa e desenvolvimento em inovação e empreendedorismo para aplicação da seda em outros segmentos de mercado além do têxtil. Acreditando na vocação agrícola brasileira e nos números expressivos do mercado da moda nacional e internacional, a Abraseda promoverá a Sericicultura, associando a expertise e a tecnologia da indústria da seda local (internacionalmente reconhecida) ao desenvolvimento sustentável, ético e socialmente responsável do setor”. O primeiro projeto denominado Seda, o fio que transforma foi firmado pela UEL com o apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) do Estado do Paraná. Renata acredita que, unindo esforços, a seda deverá se firmar.
Destaca os pais como seus ídolos, a mãe, que fez carreira profissional como executiva da Federação do Comércio de São Paulo, e o pai. “Cresci testemunhando que trabalhar fora, ter sucesso pessoal/profissional e cuidar dos filhos era algo muito natural para as mulheres que se dedicam àquilo que amam (já que meus pais tiveram cinco filhas e minha mãe nunca diminuiu o ritmo de trabalho – até hoje!). E meu pai continua atuando na empresa com a mesma determinação. Ele se orgulha em afirmar que nunca faltou ao trabalho”, finaliza.
Para a família e a empresa caminharem harmoniosamente, Renata tem uma razão: “Ter um marido que me apoie a todo momento e de todas as formas é essencial para que eu tenha me dedicado intensamente à minha carreira profissional, sem abdicar do direito de ser uma boa mãe e esposa dedicada. Agora que Manu e Rafa estão maiores, elas nos acompanham até nas corridas de rua (na verdade elas nos superaram, pois treinam triathlon com a Equipe Tri+, enquanto Caco e eu ficamos apenas na maratona). Às vezes, competimos entre nós. O Mig já está dando as primeiras pedaladas de bike e logo vai nos alcançar. O clima em família é sempre muito legal, gostamos de acordar cedo, viver o dia ao ar livre e, sempre que temos a chance, viajamos”.
Em relação às expectativas da empresa, conta que, recentemente, foi lançado na Bratac um programa de parceria em Segurança Máxima. “Estamos trabalhando arduamente para que em dois anos todos os nossos 1.300 colaboradores diretos tenham plena consciência da importância de se trabalhar e viver com segurança. O projeto é muito interessante, pois vai além da responsabilidade legal da empresa mapear riscos e fornecer equipamentos de proteção. Temos o objetivo de criar o hábito de cuidar das nossas vidas também fora do ambiente de trabalho. E isso se estende para a família e a comunidade.”