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MARIA ANGÉLICA DE OLIVEIRA CONSTANTINO

ESCRITOR

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Localização

LONDRINA PR

“Tente mover o mundo - o primeiro passo será mover a si mesmo.” Platão 

 

Ela é londrinense, formada em Administração de Empresas (2001), pela Universidade Estadual de Londrina. Casada com Edy Hemerson Constantino, mãe de Luís Felipe, 20 anos, e de Gabriela, 17 anos. “Minha relação com a arte começou muito cedo, tenho uma família musical e meu avô era um exímio contador de “causos”, passava horas o escutando. Eu tinha loucura para aprender a ler e escrever, meus coleguinhas começaram a frequentar as escolinhas, mas meus pais não tinham condições, cansei de ficar olhando pela grade do portão de uma perto da minha casa. Um dia minha prima perguntou se eu queria aprender, eu disse que sim, então ela me ensinou a escrever meu nome na calçada com um caco de tijolo. Foi uma sensação incrível! Mais tarde, por volta dos dez anos de idade, eu comecei a fazer diários, eram cadernos da Fundepar, daqueles com hino nacional nas costas, que eu encapava e escrevia sobre meus dias, como foi a primeira vez que em que estive no cinema. Passei mais de dez anos escrevendo diários, poesias, contos. Quando viajei em lua de mel, minha mãe foi fazer uma limpeza no meu quarto e, como  é analfabeta, pediu que meu sobrinho/irmão, Rodrigo lesse para ela. Ela considerou minhas poesias inapropriadas e erotizadas demais, chegou a dizer que meu marido não iria gostar. Queimaram tudo!  No meu retorno, não conseguia acreditar: tudo que escrevi por 12 anos não existia mais. Saí do meu quarto e corri para fora de casa para não brigar com minha mãe, sentei-me no meio-fio, chorei muito e jurei que nunca mais iria escrever”, relata Maria Angélica de Oliveira Constantino.

“O Rodrigo e eu fomos criados como irmãos, tínhamos praticamente a mesma idade, éramos pequenos demais quando minha irmã se separou e voltou pra casa. Foi ele que me ajudou com bibliografias para meu trabalho de conclusão de curso, em 2001, quando pediu que eu voltasse a escrever “você tem muito talento”. Eu rebati: “você não pensou isso quando queimou minhas coisas com a mãe”, mas ele insistiu “nêga, volta a escrever, eu fui um idiota”, relembra Maria Angélica, que voltou a escrever em 2005, quando a maternidade permitiu algum tempo. “Porém, Rodrigo, graduado em Medicina, em janeiro de 2006, faleceu em julho daquele mesmo ano.  Mais uma vez eu jurei nunca mais escrever.”

Após quatro anos em depressão, “presa num luto que parecia não ter fim”, como ela mesma afirma, Maria Angélica foi visitar a irmã que mora em Paris, em 2010. “Retornei com aquele pulsar no peito, resisti, mas em 2011 comecei a esboçar uma nova história. Eu havia desistido da escrita, mas ela nunca desistiu de mim. Ela me salvou, me resgatou, me curou... O desejo de escrever foi muito mais forte do que o juramento que fiz. Minha relação com a escrita tem uma força tão grande que não só voltei a escrever, como meus livros alcançaram lugares que eu nem imaginava. “Pequena Londres” foi o romance mais vendido pela minha editora em seu lançamento na bienal de 2016. Na sequência lancei a continuação “Uma Pequena em Londres” (2017), a duologia me colocou no lugar de romancista londrinense que mais vende na atualidade e me rendeu um convite na minha editora para migrar para o selo principal por onde lançamos “Eu disse que voltava”, mais um sucesso de vendas”, relembra. Sua duologia foi adotada em 2018 para o quarto ano de letras na UEL, pelo professor e doutor em literatura, Frederico Fernandes.  Para Maria Angélica, motivo de honra!

“Não tem preço o que sinto durante os meus lançamentos em Londrina, momentos nos quais sempre temo não aparecer ninguém! Mas quando levanto minha cabeça tenho vontade de chorar de emoção por ver aquela fila enorme e com tanta gente incrível. Então autografo até fechar a livraria, com o coração cheio de gratidão”, afirma a escritora. 

Ela revela não ser fácil conciliar a administradora e a escritora, mas que tem o apoio da família e das pessoas que a cercam. “Trabalho no Frios Fratelli, uma sociedade do meu esposo e do meu cunhado, e com certeza, sem o apoio deles, uma das duas não existiria. Hoje, sinto-me em paz comigo e com a literatura, pretendo continuar escrevendo, é quando sou eu mesma, onde sinto pertencimento e me sinto inteira! E sabe aquele livro que eu esboçava quando o Rodrigo se foi? Talvez eu finalmente esteja pronta para retomá-lo”, conclui.