“Prometo, no exercício da minha profissão de engenheiro agrônomo, consciente da responsabilidade que me é confiada, dar à nossa terra mais do que ciência e técnica, algo vindo do coração, sabendo respeitar sua riqueza e tendo a sensibilidade de suprir suas necessidades, procurando, sempre, com fé, honra e ética profissional a plena execução de meus deveres, seguindo os ditames de minha consciência, honrando o legado de meus pais e mestres, em perfeita harmonia entre os homens e a natureza, buscando uma agricultura socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável.” (juramento do engenheiro agrônomo)
A londrinense Maíra Roessing é formada em Agronomia na Universidade Estadual de Londrina, turma 2002, casada, mãe de Júlio César, 15 anos, Débora, 11 anos, e Melissa, 3 anos. “O fato de meu avô e meu pai terem sido agrônomos obviamente influenciou na escolha, porém o amor pelas plantas ornamentais é algo que nem consigo lembrar quando começou, acho que nasceu comigo, pois cresci sentindo isso. Amo estudar, entender, compreender e atuar sempre ajudando positivamente os fatores que afetam a natureza das plantas e a natureza em si. Trabalhar vendo tamanha beleza todos os dias me faz sentir imensa gratidão por esse dom, pois há algo de divino em cada folhinha que brota, em cada cor, em cada formato, em cada flor que desabrocha. Estou há 15 anos na profissão, com mestrado em produção de plantas ornamentais e paisagismo e busco atualização no congresso brasileiro de floricultura e plantas ornamentais”, diz ela.
Maíra relata que o seu maior desafio profissional foi vender o Garden Center, no Rio Grande do Sul, e depois de 11 anos voltar para Londrina, começando da estaca zero. “Na verdade, do zero comercialmente, pois a experiência, o conhecimento e a qualidade são 90% do negócio. O restante é questão de tempo para ser visto e apreciado. Amo a minha profissão e afirmo que, quando finalizamos um jardim, é apenas o começo de um novo microecossistema, a beleza do trabalho vai aumentando com o passar dos meses e anos. Isso é o mais gratificante, trabalhar com coisas mutáveis e que embelezam mais a cada dia, que surpreendem com as estações, que provocam todos os sentidos. O sucesso não tem fim, vai crescendo junto com o jardim.”
Como projeto futuro, a agrônoma deseja que Londrina tenha pelo menos três árvores por habitante. “Isso significa o plantio de 1.370.000 árvores”, completa. Homenageia o pai, sua maior fonte de conhecimento: “Um homem com uma sabedoria absurda, que nunca mudava o tom calmo e paciente de sua voz. Ele era ouvido por todos, pois, para escutar quem fala baixo, há de se triplicar a atenção. Ele fazia e conseguia tudo com tamanha admiração, que cativava instantaneamente a todos. Pela humildade de suas ações, por jamais abrir a boca para falar de futilidades ou mal de alguém. Por sempre ter essa visão muito além dos parâmetros que julgamos serem normais. Um verdadeiro sábio com um espírito extremamente evoluído”.
Explica que aliar os cuidados com a família e com o trabalho requer malabarismo. “Nasci para ser mãe, é a minha maior habilidade. Eu e meu marido administramos a empresa juntos, a execução de tudo passa por ele, pois os projetos devem ser implantados com a mesma competência com que são colocados no papel. Somos completamente apaixonados pelos nossos filhos, curtimos, brincamos, rolamos na grama, andamos descalços, nós nos sujamos muito juntos. Somos da terra, da natureza e temos necessidade de estar ao ar livre.”
Como o casal trabalha junto, cerca de 10 horas por dia, o lazer é estar fazendo qualquer coisa com a família. “Basta estarmos juntos e a diversão é garantida, pois aqui em Londrina estão todos que amo: mãe, irmãs, sobrinhas, cunhados, e somos muito unidos e companheiros. E com um marido gaúcho que cozinha divinamente, os encontros gastronômicos (churrascos, carreteiros) estão garantidos aos menos duas vezes na semana”, brinca Maíra.
Deseja que os agrônomos procurem ser mais agroecológicos para o bem da humanidade. E reforça: “Que tenha diversidade de espécies comestíveis, que todas as fichas não sejam apostadas em tão poucas culturas. Que a gente saiba guardar toda a riqueza genética de tantas espécies que existem. Se um dia a natureza se voltar com a pobreza vegetal com que estamos lidando em quantidades gigantescas e dependentes de tantos produtos químicos, encontraremos dificuldades enormes para alimentar o mundo. Precisamos descentralizar a alimentação, diversificar, cultivar o que está sumindo por negligência, parar de ser escoamento de agrotóxicos que outros países do mundo já não aceitam mais”.
Conclui afirmando que sua mola propulsora é ter bondade no coração porque acrescenta na vida de qualquer pessoa. “Fazer coisas boas em qualquer área da vida é o que faz o coração transbordar de alegria. Quando vejo meus funcionários e suas famílias felizes e realizados, comprometidos e em paz, isso me motiva a seguir lutando para melhorar a vida das pessoas que merecem, que se esforçam e que trabalham com seriedade e amor.”
E sobre uma notícia que enriqueceria o dia de qualquer cidadão brasileiro, enfatiza: “O Brasil está 100% livre da corrupção, investiu em ser sustentável e conseguiu. É limpo. Certamente, dessa maneira os problemas de saúde diminuíram drasticamente”.