"Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma como educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática.” (Paulo Freire)
Ela é formada em Ciências Sociais, na Universidade Estadual de Londrina, turma de 1999, mestre em Sociologia pela Unicamp (2001), graduada em Pedagogia pela Cesumar (2012). Nascida em Adamantina/SP, é casada com Waldemar Zangaro Filho (professor do Depto de Biologia da UEL), tem um filho Pedro, 18 anos. "Sempre quis ser professora, desde criança brincava de "escolinha" com minhas bonecas. No ensino médio fiz Magistério, quando começou de fato a minha paixão pela educação. Quando cursava o último ano do ensino médio fiz estágios em escolas infantis e de ensino fundamental que me inspiraram para seguir a profissão de professora. Comecei a dar aulas no Estado como PSS, logo que terminei o magistério. Escolhi fazer Ciências Sociais, pois os estudos das relações sociais sempre me chamaram atenção, principalmente dentro da área de educação. Especializei-me em Metodologia de Ensino e fui professora universitária por seis anos com as disciplinas de Sociologia e Antropologia. Após 2003 decidi deixar a sala de aula para me dedicar à gestão escolar, foi quando tive a oportunidade de ingressar no curso de Pedagogia que me deu outros olhares para a educação, e em especial, para a Educação Infantil. A Educação Infantil me fascina por ser a fase do desenvolvimento do ser humano mais importante e desafiadora, fase na qual ocorre o desenvolvimento cerebral, motor e moral. A responsabilidade do educador infantil é muito grande e requer um preparo intelectual e prático intenso. Atuo na área de educação há 26 anos", relata.
Luciana ressalta que seu maior desafio está sendo construir uma escola de educação infantil que de fato respeite a infância e suas especificidades. "Muitas escolas antecipam estímulos que não respeitam o tempo da criança e nem valorizam a infância verdadeira. Dar oportunidade para as crianças viverem a infância de forma plena garante à elas o direito de ser criança. A cada trabalho sinto-me realizada porque tenho amor pelo que faço. Tenho muitos projetos para o futuro, mas a curto prazo posso dizer que é construir uma rede de relações entre pessoas interessadas na infância e que estudem, pesquisem e busquem inovações para esse segmento”, diz a professora que tem especializações na Itália, Argentina e Espanha.
Faz questão de citar os pais, fundamentais na sua trajetória. “A construção de uma instituição de ensino não é algo fácil, não é um comércio, tem que ter filosofia, responsabilidade social, comprometimento com o ser humano. Fazer a escolha de atuar nesse segmento requer uma visão de vida, de infância, que possa garantir os direitos da criança de ser criativo, ativo e produtor de cultura. Por isso, gosto sempre de dizer que toda a formação humana que recebi dos meus pais e acadêmica que tive na UEL foram fundamentais para buscar esse caminho na educação".
Casada há 25 anos com Waldemar Zangaro Filho, que também se dedica à educação em outro segmento, o casal compartilha dos mesmos ideais. "Assim fica mais fácil conciliar trabalho e família", revela. Eles gostam de assistir filmes e ficar juntos conversando e seu hobby é participar de corridas de rua. "Que além de ser a minha atividade física favorita é um momento prazeroso e descontraído. Amo viajar com a família, para estudar, fazer cursos, visitar amigos. Adoro ler, sempre tenho um livro em mãos, adoro temas relacionados ao desenvolvimento infantil".
A escola de infância Galileo Kids tem duas unidades, uma que atende crianças de 1 a 3 anos e outra que atende crianças de 4 a 6 anos. As duas unidades estão localizadas no Alto do Jardim Pinheiros e contam ao todo com um espaço de quase 3.000m2.
Frequentadora assídua dos encontros de educadores no Brasil e no Exterior, Luciana acredita que todos são muito importantes para a formação intelectual e para ampliar o repertório de conhecimentos dos profissionais que atuam na minha instituição. Suas expectativas para o futuro da profissão se resume a um objetivo: que a educação seja mais valorizada no nosso país.
Na carreira, as crianças são fonte de inspiração e motivação. "Olhar para elas e entender o que elas querem comunicar é algo que me faz sempre aprender e buscar formas inovadoras de aprendizagem". Como educadora cita a frase que gostaria de ver em uma manchete jornalística: "Brasil rompe paradigmas e acaba com a escolarização da primeiríssima infância." E conclui: "Seria muito bacana o dia em que as crianças pudessem conviver em espaços nos quais a infância fosse vivida, sentida, explorada e não cerceada por currículos restritos e inertes!”.