Letícia de Souza Baddauy nasceu em Cornélio Procópio (PR), formada em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/SP), em 1993, e em Direito pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco da Universidade de São Paulo, em 1995. Casada com Marcello Tito, é mãe de Arthur e Otávio. Conta sobre a opção pela advocacia: “Acredito que a escolha por uma profissão nunca se deve a um único fator. A curiosidade sobre a personalidade e as relações humanas foi um deles. Tanto que se diz que o gabinete do advogado, por vezes, transforma-se em um confessionário ou consultório. Como tenho o hábito de me entregar bastante às atividades que desenvolvo, também a ideia de defender causas em que acredito foi outro fator. Na minha carreira de advogada é o desafio diário da profissão que muito me estimula. Optei por uma advocacia personalizada, quase artesanal, sempre precisando desenvolver novos argumentos e estratégias. Gosto de estudar e não gosto de repetição”.

Um de seus maiores desafios foi o exercício da chefia da Procuradoria da Universidade Estadual de Londrina. “Porque lá eu tinha de tratar de uma gama enorme de matérias jurídicas, resolver problemas muito rapidamente, com parcos recursos. Atualmente, posso destacar o exercício do cargo de Diretora na Câmara de Mediação e Arbitragem da Federação das Indústrias do Paraná (CAMFIEP)”, comenta ela, que fez diversos cursos, tem mais de uma pós-graduação, mestre em Direito Processual Civil. Esteve em Londres, fazendo um treinamento em Arbitragem Internacional, no Chartered Institute of Arbitrators, do qual é membro e também em Washington e New York, ambos nos USA.

Homenageia a mãe Graice, que cultivou nela o hábito da leitura, e o pai Omar José Baddauy, com quem mantém um escritório à Rua Minas Gerais 297, 8º andar do tradicional edifício Palácio do Comércio. centro de Londrina. “Ele é exemplo de retidão. Também não esqueço dos meus professores! E como tive a sorte de ter excelentes professores, vou aqui lembrar o nome do professor Donato Parisotto, para render a minha homenagem a muitos que me inspiraram e com quem tenho a alegria de por vezes ainda encontrar”.

Para Letícia, o constante aprendizado é um agente desafiador na carreira, não apenas acadêmico ou técnico, mas principalmente humanístico. “A advocacia está passando por uma grande transformação e que gera uma certa insegurança nos profissionais, porém, vejo como algo positivo. O advogado está deixando de ser exclusivamente um defensor, para ser também um negociador. Gosto de uma frase de Abraham Lincoln que mostra bem isso: As a peacemaker the lawyer has a superior opportunity of being a good man.

Nos momentos em família, afirma que todos gostam de passeios ao ar livre, caminhadas, parques, adoram viajar e fazem isso com frequência. E como hobby, a advogada é adepta ao cinema e literatura.

Finaliza relembrando um fato na carreira jurídica: “Marcou-me muito um julgamento no Tribunal de Justiça do Paraná, especificamente o voto do Desembargador que relatou o caso. Fizemos uma sustentação oral na sessão, em defesa de um grupo de clientes que havia perdido a causa em primeiro grau. Os clientes eram todos agricultores. Vencemos o recurso. Esse Desembargador votou favoravelmente aos agricultores, interpretando a lei sem deixar de considerar a realidade em que viviam e trabalhavam. Tive a experiência de assistir ao vivo um magistrado atuar justamente da maneira que sempre defendi perante meus alunos, lembrando que a Justiça deve servir ao ser humano”.