“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento” - (Clarice Lispector)
Existem meninas mulheres que já nascem determinadas e corajosas, para enfrentar o mundo. Se formos rebuscar na história das civilizações encontraremos milhares de exemplos, mas cada um com sua particularidade e com sua luta. A advogada Maria Izabel Batista Alabarces é uma delas. A sorte dessa menina mulher é que ela nasceu de uma família em que os pais tinham entendimento que os filhos não são nossos e sim do mundo. E, que de certa forma para crescerem precisam, quando chegar à hora, continuar pela estrada da vida sozinhos. Para eles, fica a esperança que semearam vida da filha, a mais valiosa semente.
Maria Isabel é a filha caçula do agropecuarista, fixado em Sinop (MT), Elydio Batista Alabarces e, da empresária no ramo de confecções, Maria Aparecida Batista. Tem dois irmãos Antonio Sérgio B. Alabarces, administrador de Empresas, e José Marcos B. Alabarces, advogado.
Ela conta que quando tinha seis anos de idade, a família deixou a cidade de origem Dourandina (PR) para desbravar Sinop (MT), que começa a despontar como um futuro próspero. Porém, a cidade era precária, só oferecia o ensino público. E, isso era muito pouco para a garota que herdara dos pais o mesmo espírito desbravador e aventureiro.
Seo Elydio e dona Maria Aparecida sabiam que não poderia prendá-la ali por muito tempo. “Eu só queria ter uma vida diferente, ter voz ativa, que me permitisse independência financeira, independência intelectual, independência de atitude. Meus pais entenderam a minha aflição e, eu optei em vir para Maringá estudar. Porque era um centro de referência atacadista, onde minha mãe vinha com freqüência fazer suas compras para a loja. Então periodicamente estaríamos nos encontrando”, salienta a advogada.
Uma cena da vida real que somente ela tem o registro, num rolo de fita que se desenrola por dois mil quilômetros de estradas, de Sinop (MT) a Maringá (PR). “Eu nem sei o que me ocorreu na minha cabeça quando entrei no ônibus. Eu sei que a emoção daquela manhã foi muito forte, ao me despedir do meu pai e de minha mãe. Minha mãe e eu nos abraçamos chorando ela ficou em lagrimas na estação e eu parti da mesma forma, enfrentando os dois mil quilômetros de estradas engolindo as lágrimas. Mas estou aqui, eu sou o exemplo de meus pais. Isso é inegável, eu herdei deles esse espírito aventureiro”, afirma.
Maria Izabel é formada em Direito pela Universidade Estadual de Londrina, em 1994. Mestra em Direito Penal pela Universidade Estadual de Maringá, diretora do Instituto Catuaí de Ensino Superior de Cambé e é uma das profissionais que compõe o quadro de associados do Escritório Amaral & Associados. Está envolvida com a docência desde 1999, deu aulas de Direito Penal em Tupã, Presidente Prudente, Universidade Estadual de Londrina e simultaneamente, colaborou na criação do projeto do Instituto Catuaí de Ensino Superior, que posteriormente, assumiu a coordenação do curso de Direito.
No momento ela e sua equipe de trabalho desfrutam do prazer de receber o mérito do reconhecimento dos cursos de Administração, Direito e Pedagogia, pelo Ministério de Educação e Cultura.
Ela ressalta ainda, sobre a importância do curso de Direito, aprovado com triplo A, na vida da comunidade. “A faculdade desempenha um papel muito importante dentro da comunidade pela questão jurídica. Em função da disso, o Estado do Paraná por não ter defensoria Pública, determina que todas as atividades ativas assistenciais acabam sendo relegadas para algumas universidades. Hoje, Cambé tem um núcleo que presta esse serviço de assistência jurídica à comunidade, em parceria com o Município.”
Maria Isabel diz com todas as letras que se sente uma pessoa bem sucedida no campo profissional. Ela acredita que o fator sorte também muitas vezes cruzou pelo seu caminho, porque encontrou pessoas generosas, como seu sócio Antonio Amaral, por outro lado, ela diz não ter deixado escapar nenhuma oportunidade. “Eu sempre acreditei em mim que eu posso dar conta das coisas com as quais me comprometo”, afirma.