“Desde criança eu já tinha fascinação por lunetas e microscópios. Quando optei pela Medicina, decidi muito cedo qual seria a minha especialização: patologia. É o que gosto e que me dá imenso prazer em trabalhar.”
Daniela Rudgeri Derossi nunca teve dúvidas. Queria ser independente. E trabalhar como médica patologista foi a realização. Formada na turma de 1992 na Universidade Estadual de Londrina, ela fez residência na Unesp, em Botucatu (SP), onde ficou durante 4 anos. Pesquisadora incansável, determinada, buscou mais informação e aprendizado fora do País. Viajou para a Suécia, onde fez estágio em punção aspirativa, depois passou uma temporada em Houston, Texas, nos Estados Unidos, e mais recentemente, depois de ganhar uma bolsa da Universidade de Medicina de Tóquio, esteve por três meses no Japão. “Eu não me canso de aprender, de estudar. E quando surgem oportunidades de conhecer outros centros de estudos em diferentes países, eu vou. O médico tem que estar em constante reciclagem. A Patologia é a ciência que estuda a história natural das doenças, suas causas, evolução e conseqüências e a anatomia patológica é um ramo da patologia que estuda as lesões causadas pelas doenças. Um patologista tem ampla atuação na ciência médica e tem que ter curiosidade, instinto investigativo, dedicação. Costumo dizer que a anatomia patológica é artesanal, não existem máquinas para fazer o diagnóstico que o patologista faz”, comenta.
Para ela, a anatomia patológica é uma arte semelhante ao ato de cozinhar. “Quando você cozinha , escolhe os ingredientes, analisa, examina, corta, manuseia, e espera pacientemente por um bom resultado. Quando recebo uma peça para dar o diagnóstico, faço o mesmo procedimento. E é o meu parecer que dá o resultado final. É uma grande responsabilidade e a patologia é muito difícil. Você não pára de estudar. Os livros são constantemente atualizados e reeditados e têm que ser lidos e estudados. O principal motivo que me fez me apaixonar por essa especialidade é que ela é muito abrangente, diversificada; o patologista faz diagnóstico em praticamente todas as áreas da medicina. Não precisa ficar focado apenas numa coisa. A diversidade na patologia me encantou e me encanta até hoje”, diz.