“Cuidar da mente é cuidar da vida. Sem saúde mental não existe saúde.”
Carla Juliana Abra Bergamin formou-se em Medicina pela PUC/PR Curitiba em 2015. Ela é londrinense e relata a sua trajetória: “Apesar de possuir outros médicos na família, não considero que fui influenciada por familiares na escolha da profissão. Eu sempre tive bastante curiosidade e interesse pelo funcionamento do organismo humano – optei pela medicina pelo desejo de entender a razão da doença, os mecanismos fisiológicos que levam ao adoecimento e seus possíveis tratamentos, para desta forma, ser capaz de orientar pessoas na prevenção e de auxiliar doentes no tratamento, seja ele curativo ou não. Escolhi a Medicina com a finalidade de promover ou, pelo menos, orientar os meios necessários para alcançar melhor qualidade de vida. A partir da Medicina, optei pela Psiquiatria, porque esta é uma especialidade médica ainda marginalizada e repleta de pré conceitos e de resistência de aceitação por parte dos pacientes. Não é raro encontrar pacientes psiquiátricos negligenciados, sem tratamento adequado, cujos sintomas são desvalorizados pelos pré conceitos e pela própria falta de conhecimento que a sociedade, no geral, possui a respeito dos transtornos mentais. Como sempre tive o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos meus pacientes e como os transtornos mentais são responsáveis por significativa perda de funcionalidade, encontrei na Psiquiatria a oportunidade de desmitificar as grandes síndromes psiquiátricas e tratar doenças de forma a reintegrar o paciente em suas relações sociais, profissionais e familiares. Atuo na área desde 2016 e o que mais me deixa fascinada pela Psiquiatria são os desafios diários. Considero todos os quadros clínicos que recebo em consultório desafiadores, até porque trabalho com relatos totalmente subjetivos e, portanto, cada pessoa percebe o grau de prejuízo dos seus sintomas de forma totalmente individualizada. Apesar de seguirmos um protocolo específico para diagnóstico e tratamento, cada paciente responde de forma diferente aos diferentes tratamentos psiquiátricos e, além disso, o que torna a Psiquiatria ainda mais desafiadora é a associação concomitante de dois ou mais transtornos mentais em um mesmo relato clínico”.
Expressa gratidão a cada trabalho bem sucedido. Para os projetos futuros, deseja implementar na clínica, recém inaugurada, novos protocolos de tratamento que visam a somar resultados positivos com o tratamento psiquiátrico convencional e cuja eficácia e segurança são cientificamente comprovadas. Ela homenageia o pai, Américo Bergamin, a mãe, Ivanete Abra e o irmão, André Luís Abra. “Pessoas responsáveis pela pessoa e profissional que sou hoje. Foram, ainda são e sempre serão todo meu alicerce.” Sobre a profissão, ressalta que sempre teve como objetivo promover ou buscar meios necessários para o paciente alcançar qualidade de vida. O Instituto de Saúde Mental situa-se na Avenida Carlos Gomes, 487, esquina com Rua Omar Rupp, Lago Parque, em Londrina.
O lazer se resume a viagens, atividade física e leitura diariamente. Frequentemente viaja para congressos e eventos psiquiátricos e cita o Congresso Brasileiro de Psiquiatria e Congresso on Brain, Behavior and Emotions como referência para a profissão. Sobre as expectativas da profissão, afirma: “espero que a Psiquiatria seja vista como qualquer outra especialidade médica: especialidade livre de pré conceitos e mitos e que deve fazer parte da rotina de avaliações médicas periódicas do paciente, incluindo aquele paciente que não apresenta queixa sintomática específica ou prejuízo funcional, justamente para prevenir o adoecimento mental e, por consequência, a perda de funcionalidade e qualidade de vida. A minha motivação diária é o próprio paciente: saber que tive alguma parcela de responsabilidade por sua melhora clínica e ter a consciência que cumpri, de alguma forma, meu compromisso médico a favor do paciente. Isso é gratificante. A busca por conhecimentos e novas perspectivas são consequências desta gratidão”, finaliza.