“A dinâmica de um restaurante é semelhante à dinâmica da vida da mulher; é preciso inovar sempre, estar atenta aos detalhes e fazer cada coisa com muito amor, assim como se trata os nossos filhos.” (Cristina Gonçalves)
“Cozinhar é entusiasmo. Fito os olhos de meus clientes assim que provam a minha comida e daí tiro as impressões de que necessito para aprimorar meu cardápio. Minha vida junto ao mar me ensinou a observar a natureza; e observar a natureza das pessoas é um belo exercício quando você se propõe a produzir algo de qualidade.” (Alessandro Saba)
“Alessandro não precisa de nenhum título, de nenhum diploma ou qualquer papel parecido com isso. O verdadeiro papel que este senhor representa é o do homem simples, nativo, muito parecido com os colonos que para cá vieram, e foi essa humildade aguçada com o conhecimento da culinária italiana que despertou o apreço dos gourmands londrinenses.” (Giuliano Carrasco, cliente)
Descrever a experiência da visita ao Ristorante Vittorio Emnauele II é um prazer enorme, porque eu me senti em casa, ou melhor, na casa de minha avó Federica.
Cristina e Alessandro me fizeram renascer de um sonho, no qual a casa, já em sua entrada, é ladeada de flores e de pedras rústicas e o odor maravilhoso dos frutos do mar cozinhando, hipnotiza. Sim, fui remetido de volta à minha terra, a doce e apaixonante Itália.
Sempre exprimo, em meus relatos, a percepção de que a última coisa que fazemos quando nos aventuramos em um novo restaurante é comer. Estamos ali para sermos apresentados às sensações da proposta, para sermos envolvidos com o carinho e a sutileza dos detalhes do serviço e saborearmos a paixão com a qual o cozinheiro se inspira. Isso é o que se sente em Vittorio Emanuele II, paixão.
Inebriados pelo instinto de atender bem, nota clássica em qualquer casa europeia que se preze, o casal Saba ultrapassa e muito a tendência atual da gastronomia e presenteia a cidade de Londrina. O que se faz hoje em restauração é intimismo. Isso faz com que cada cliente se sinta exclusivo, e esta, cavalheiros, é a assinatura do lugar.
Que romantismo, que excelência, que desprendimento nos apresenta Cristina quando assistimos à sua valsa entre as mesas, farejando quais detalhes os clientes tem necessidade para, então, comunicá-los à cozinha. Ouve-se uma campainha; pronto, lá vem.
Eles arriscaram muito, pois, até então, a cidade não contava com tamanha proeza de apresentar uma casa atenta aos finos detalhes de cada ingrediente e às particularidades de preparo, cocção e apresentação que uma bela comida regional deve sempre apresentar. “Está muito bem, fazemos comida italiana, mas comida italiana de primeira linha”.
Vou levar comigo as doces lembranças daquela noite em que jantei no Vittorio, e penso que, em breve, possa voltar a encontrar estes dois artistas, Cristina e Alessandro, pois o melhor que carregamos conosco, caros amigos, são as lembranças delicadas dos bons momentos, ao lado de quem nos ama, acompanhados de um bom vinho e servidos por quem sabe de fato, servir.